Partido do presidente perdeu maioria na Câmara, mas manteve no Senado. Ele reafirmou compromisso em trabalhar em conjunto com republicanos.
Um dia após as eleições parlamentares que tiraram do Partido Democrata a maioria que tinha na Câmara de Representantes, o presidente Barack Obama fez um discurso de união de todo o país para que os Estados Unidos continuem sendo um líder global.
Segundo Obama, "algumas noites de eleição são melhores de que outras. Algumas são animadoras e outras nos dão humildade", disse, argumentando o mais importante é o processo democrático.
Os republicanos ganharam pelo menos 239 assentos na Câmara e passarão a ter maioria na Casa, que era dominada até agora pelos democratas. Na votação para o Senado, os republicanos conseguiram tomar pelo menos 6 vagas que antes pertenciam a democratas, mas não conseguiram ter maioria. O Partido Democrata continuará tendo pelo menos 51 dos 100 assentos do Senado. Até a tarde desta quarta-feira (3) a disputa por 3 vagas do Senado e 11 da Câmara continuava indefinida.
Em entrevista na Casa Branca, o presidente disse que falou com os líderes na Câmara e do Senado e que pretende trabalhar junto com os dois partidos. "Nenhum partido tem o monopólio da sabedoria e estarei aberto a ouvir ideias dos dois lados", disse.
Segundo ele, entretanto, é um erro entender que o resultado da eleição significa que é preciso voltar a temas que foram discutidos nos últimos dois anos. Para Obama, é preciso pensar em novos projetos para melhorar a economia do país.
A declaração vai contra o ataque de alguns republicanos eleitos, que falavam em rejeitar reformas aprovadas pelo Congresso nos últimos dois anos.
Obama admitiu que muitos americanos continuam insatisfeitos com o governo. "Fizemos progresso nos ultimos dois anos, mas claramente muitos americanos não sentiram este progresso.", disse, já indicando pensar no que precisa ser feito até sua tentativa de reelieção, em 2012.
O mais importante do resultado da eleição de terça, segundo ele, é que o país sempre terá uma divisão de poder entre os dois partidos, que precisam se unir em questões-chave para melhorar a vida dos americanos. "A eleição de ontem mostrou que não haverá um único partido para guiar o país. Há um motivo para termos dois partidos, e cada um deles tem principios dos quais não quer abrir mão, mas precisamos trabalhar para satisfazer os interesses dos americanos", disse.
Segundo ele, o maior desafio para os Estados Unidos não é entre republicanos e democratas. "A maior competição é entre nós e nossos competidores internacionais. Precisaremos ser fortes e continuar unidos", disse.
Fonte: G1
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