Lideranças criticaram o prefeito de Feijó, Dindim (PSDB), único município do Acre onde Dilma (PT) conseguiu vencer.
O presidente do PSDB acreano e candidato derrotado ao governo, Tião Bocalom, reuniu ontem a imprensa para avaliar o resultado eleitoral do segundo turno presidencial. Satisfeito com os 70% de votos para Serra (PSDB) no Estado, Bocalom deixou transparecer a sua mágoa com o prefeito de Feijó, Dindim (PSDB), único município do Acre onde Dilma (PT) conseguiu vencer. "O PSDB não viu o empenho do prefeito de Feijó. Foram grandes as nossas derrotas no primeiro e no segundo turno no município. Perdemos por 4800 votos para o governo. Mas cada cabeça é uma sentença e ele achou que não deveria se empenhar", protestou. Até mesmo Bocalom se mostrou surpreso com a expressiva votação de Serra no Estado. "Para nós da oposição essa votação do Serra foi fundamental. Em Rio Branco, conseguimos 73% dos votos. Nós trabalhávamos com o número de 60% e o povo do Acre foi tão generoso que acabou dando muito mais. É uma prova do desejo de mudança do povo acreano que entendeu que os programas do PSDB foram transformados em outros nomes pelo Lula (PT)", afirmou.
Dúvidas da derrota
Outra questão destacada por Bocalom é que a expressiva vitória do Serra aponta para a suspeição do primeiro turno no Acre. "Será que vamos engolir a nossa derrota para o governo? Será que o povo não queria mudar? O Governo mostrou obras que era proibido e a pesquisa mentirosa. Existem muitas dúvidas. Por que o transporte dos eleitores da zona rural não funcionou? Por isso continuamos com os nossos processos e estamos buscando provas no Estado inteiro para encaminharmos mais alguns", indagou.As desconfianças de Bocalom continuaram: "por que atrasou tanto a apuração no Acre? Até agora a resposta não conseguiu deixar todo mundo satisfeito. Nós que perdemos as eleições queremos saber. Quem vai explicar dependerá do levantamento para ver se teve alguma coisa ou não. Nós temos o direito de desconfiar que alguma coisa errada deve ter acontecido. Demorou muito tempo, mas sobre o que aconteceu não temos nas mãos provas de que manipularam ou sei lá o que foi feito. Os nossos advogados estão se movimentando e buscando as provas para depois podermos falar e entrar com as ações", explicou .
Vitória do "sim" em Acrelândia
Tião Bocalom que apregoou durante a campanha que o horário antigo era o de Deus, tentou explicar os motivos de Acrelândia, onde foi prefeito, ter votado pela manutenção do atual fuso. "Lá assim que aconteceu a mudança de horário fizemos as alterações imediatas nas escolas. Acrelândia está mais próxima de Rondônia e tem uma vantagem em relação a Cruzeiro do Sul. Por ser mais ocidental o sol nasce mais cedo. Como fizemos a compensação de 30 minutos não sentiram tanto a mudança e votaram no sim", alegou.
Disputa da Prefeitura de Rio Branco
Indagado sobre se os resultados nas urnas o credenciaram para postular uma candidatura para prefeito da Capital, Bocalom ponderou: "agora é a hora de manter as unidades das oposições. Diversos nomes saíram fortalecidos Flaviano Melo (PMDB), Márcio Bittar, Petecão (PMN), o meu e do vice, apóstolo Ildson, que fez um grande trabalho no meio dos evangélicos. Todos são bons e podem ser colocados. Mas precisamos manter a nossa unidade falando a mesma língua para que possa ganhar a Prefeitura de Rio Branco", argumentou.
Nelson Liano Jr, do jornal A Gazeta
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