ACRE: A LIÇÃO QUE O PT NÃO APRENDE

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  • 2 de novembro de 2010
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  • Dos 11 estados onde José Serra (PSDB) venceu no segundo turno eleitoral, foi no Acre onde o tucano obteve a melhor votação - 69% contra 30% dos votos de Dilma Roussef (PT)

    Serra venceu em 21 dos 22 municípios acreanos, incluindo Xapuri, considerado matriz do suposto ideário socioambiental do "governo da floresta". O tucano perdeu apenas em Feijó, que é uma das duas únicas cidades administrada pelo PSDB no Estado.
    No primeiro turno, o senador Tião Viana (PT) viveu o sufoco de ser eleito governador com 50% do votos, contra 49% dos votos de Tião Bocalom (PSDB). Além disso, a cadeira da senadora Marina Silva (PV-AC) já está perdida e será ocupada pelo senador eleito Sérgio Petecão (PMN).
    O Acre, que tem apenas 470.545 eleitores, é governado há 12 anos pela Frente Popular do Acre, uma coligação de 15 partidos liderada pelo PT.
    - Precisamos entender o que levou o eleitorado do Acre a ter essa postura de hostilidade ao Lula e a Dilma – disse o secretário de Comunicação do governo do Acre Aníbal Diniz, suplente do senador Tião Viana.
    A "hostilidade do eleitorado do Acre" não é contra o presidente Luís Inácio Lula da Silva nem contra a presidente eleita Dilma Roussef. A resposta do eleitorado acreano está sendo dada contra a maneira como o Acre vem sendo governado.
    O diagnóstico tem sido dado e é constatado por quem vai para as ruas e anota num caderninho o que ouve: "o governo é perseguidor", "o governo cerceia a imprensa", "mente demais na propaganda", "o pessoal do governo é muito arrogante", "só tem vez no governo uma panelinha", "que manda mesmo é gente de fora", "acreano não tem vez".
    Alguém pode até refutar com a alegação de que nada disso é verdade e que se trata de eco do discurso vazio da oposição. Não é. Quando a situação está realmente boa, não existe espaço para alguém dizer que está ruim. A prova disso é que começa a surgir perdedores porque a situação está realmente ruim e insistem em dizer que está boa.
    O caso da mudança da hora legal do Acre serve para ilustrar isso. Para atender aos interesses das emissoras de TV, especialmente da Globo, o senador Tião Viana, sem consultar a população, apressou a aprovação de uma lei, sancionada pelo presidente Lula, reduzindo de duas para uma hora a diferença do fuso horário do Acre em relação à Brasília.
    Se a população foi consultada, conforme afirmou Tião Viana nos últimos dois anos, por que o povo aproveitou o referendo neste domingo (31) para decretar o fim da mudança da hora legal do Acre?
    A arrogância no Acre permanece apesar do resultado das urnas. Políticos e militantes da Frente Popular estão se valendo de seus meios de comunicação para debochar da decisão popular de apoio a José Serra e contra a mudança do fuso horário.
    O sistema operacional Windows, da Microsoft, possui uma "máquina do tempo", mais conhecida como restauração do sistema. Quando alguma coisa horrível, como o vírus 55, por exemplo, abala o seu computador, é fácil voltar ao dia anterior. Ou ao dia antes dele. Ou ainda voltar à semana ou ao mês anterior. É um recurso pouco usado que pode salvar sua pele um dia.
    Para que se possa restaurar o sistema é necessário que o recurso tenha sido habilitado pelo usuário, que pode criar os próprios pontos de restauração. Como nada é perfeito, saiba que o recurso é um devorador de espaço para quem quer estabelecer um calendário de restauração do sistema.
    Resta saber se o painel de controles da Frente Popular do Acre habilitou ou não a restauração do sistema. Se habilitou, muito bem. Poderá tentar restaurar-se para um ponto sem perseguição, censura, propaganda enganosa, arrogância, panelinha, onde o povo acreano tenha realmente vez.
    Mas a melhor avaliação continua sendo a de Marina Silva em entrevista ao portal Terra:
    - Tem uma mensagem dada pelo povo acreano a nós da Frente Popular. Temos que ter humildade e sabedoria para fazer essa leitura. Sem humildade e sabedoria, vamos tentar arranjar algum meio para explicar ou consolar a forma enfática como a sociedade sinalizou, que não está tudo bem. Se a gente tentar se explicar ou se consolar dessa maneira, não vamos tirar a aprendizagem correta, ou seja, se não mudarmos o caminho, podemos mudar a maneira de caminhar. É preciso que a gente tenha uma abertura maior para a diversidade, para a crítica, para o processo, para dividir a autoria, a realização e o reconhecimento das coisas. Se a gente continuar pondo o talento de todos em apenas alguns, daqui a pouco cada um vai reivindicar o seu talento com justa razão ou vai colocar suas insígnias em outras lideranças que imaginam possam ser mais horizontais.
    Tenho dito.

    Do Do blog de Altino Machado

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