BR 364, QUE CUSTARÁ R$ 2 BILHÕES, FOI CLASSIFICADA PELA CNT COMO REGULAR E DE GEOMETRIA RUIM

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  • 29 de setembro de 2011
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  • O governador Tião Viana, do PT, pela primeira vez na história do Acre utilizou a rede de televisão para realizar um pronunciamento oficial anunciando a abertura ininterrupta da BR 364 como um marco histórico dos acreanos. A estrada foi inaugurada em 1968 e a pavimentação completa deverá ser concluída no próximo ano. Ao mesmo tempo em que o governador acreano comemorava o feito, a Confederação Nacional dos Transportes [CNT] anunciou pesquisa que avaliou as condições das rodovias brasileiras pavimentadas. A BR 364, que custará quando inaugurada, mais de R$ 2 bilhões aos cofres públicos, não esta no ranking das 10 melhores do país, e pior: foi classificada com o estado geral de regular, com sinalização e geometria ruim e ainda, com pavimentação regular.

    Dezessete equipes da CNT percorreram o Brasil durante 39 dias, entre 27 de junho e 04 de agosto deste ano. As rodovias pesquisadas abrangem toda malha federal pavimentada, os principais trechos de rodovias estaduais pavimentadas e rodovias concedidas. Na região norte foram 9.799 km estudados. O Acre está em segundo no ranking de colocação da região atrás de Rondônia e à frente dos estados do Amazonas, Roraima, Pará, Amapá é Tocantins.

    Como a reportagem do ac24horas adiantou através da série de reportagens PÉ NA ESTRADA editada no início do ano, 325 km [38,7%] das rodovias federais do Acre são avaliados como ruim e 443 km [53,7%] são considerados regulares. Outros 30 km [3,6%] são considerados péssimos. A CNT estudou os trechos das rodovias 010 [Porto Acre], BR 317 [saída para o Pacífico] e a BR 364 [sentido Cruzeiro do Sul].

    Segundo custos médios gerenciais do DNIT, serão necessários R$ 406,1 milhões para a recuperação da malha federal do Acre. Mais R$ 32,5 milhões são necessários para conservação. Em todo o Estado existem 660 km de trechos desgastados; 129 km apresentam trechos trincas, buracos, ondulações e afundamentos. Faltam sinalizações em 20 km das estradas estudadas.

    A pesquisa é uma avaliação independente das rodovias a partir da perspectiva dos usuários, contemplando a segurança e o desempenho. Com a realização do estudo, a CNT pretende difundir informações sobre a infraestrutura rodoviária, para que políticas setoriais de transporte, projetos privados, programas governamentais e atividades de ensino e pesquisa resultem em ações que promovam o desenvolvimento do transporte rodoviário de cargas e de passageiros.


    CNT coloca por terra tese de Marcus Alexandre, do Deracre
    Desde 2003 que o Tribunal de Contas da União detecta irregularidades na execução de pavimentação da BR 364. No principal trecho ainda em construção, entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, foram apresentadas 19 irregularidades consideradas graves, entre elas, constam pagamentos em duplicidade de insumos, custo excessivo de instalação de canteiros, além da existência de débito previdenciário.

    O Diretor do Deracre, Marcus Alexandre, sempre defendeu as dificuldades de logísticas para a construção da rodovia na Amazônia, como principal critério de qualidade da pavimentação. A confederação Nacional dos Transportes classificou como regular a pavimentação de 363 km da rodovia e como ruim a geometria [processo do desenho da estrada no terreno para descobrir as necessidades dos usuários] da BR.

    Jairo Carioca – de Boa Vista-RR
    jscarioca@globo.com

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