ELETRICISTA ESPERA HÁ QUASE 10 DIAS POR VAGA NO HOSPITAL DE QUEIMADURAS

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  • 3 de outubro de 2011
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  • Homem recebeu descarga da rede de alta tensão durante o trabalho. Sem tratamento adequado, há o risco de ter de amputar os braços
    Um homem está internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) com os braços queimados há quase dez dias. Ele sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus. Os ferimentos são tão graves que ele pode ter de amputar os braços.

    O eletricista Luís Antônio Francischini, de 46 anos, precisa com urgência de tratamento especializado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Queimaduras de Goiânia, mas não há vaga para internação.

    A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde disse que conta com apenas duas vagas em UTI para internação pelo SUS no Hospital de Queimaduras de Goiânia. Alegou ainda que casos de queimaduras que exigem leito de UTI não são frequentes. Ainda segundo a assessoria, a central de vagas do município tenta negociar com o hospital uma nova vaga para esse paciente.


    A família está transtornada com a demora em conseguir tratamento adequado. De acordo com Vanessa Francischini, filha de Luís, os ferimentos são graves e o tratamento recebido no Hugo não é o adequado.

    “Um cirurgião falou que ele precisa de uma cirurgia urgente, que era para ele estar na UTI fazendo cirurgia. Ninguém resolve nada, falam que não tem vaga”, relata a jovem.

    Segundo a família, Luís Antônio trabalhava como eletricista há 12 anos em uma companhia elétrica da cidade de Tangará da Serra, em Mato Grosso. Ele teria recebido uma descarga elétrica de 34 mil volts da rede de alta tensão, quando prestava atendimento no sistema público de iluminação.

    O acidente aconteceu no dia 24 de outubro. Como a cidade não tinha hospital especializado em queimaduras, a irmã do eletricista decidiu levá-lo para a capital goiana na expectativa de conseguir uma vaga no hospital que é referência no estado. Ela não contava com o problema da falta de vagas.

    “Já solicitaram essa vaga também e estamos só esperando. Já foram lá de novo, mas não tem a vaga. Todo dia é isso. Não tem vaga. Está esperando sair um paciente e não sai”, conta a irmã de Luís, Lúcia de Fátima Francischini.

    A família já entrou com um pedido no Ministério Público de Goiás, solicitando a vaga no Hospital de Queimaduras. A irmã do paciente diz não ter condições de pagar o tratamento particular, que segundo ela, custaria em média R$ 80 mil.

    “A gente pede ajuda, encarecidamente. Pelo amor de Deus, quem estiver nos ouvindo, que possa ajudar com essa vaga, que saia urgente lá para ele”, desespera-se.

    “A gente não sabe mais o que fazer”, diz Vanessa, chorando.


    Fonte: G1.com.br

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