“DISSERAM QUE SOMOS UMA RAÇA DESGRAÇADA”, DIZ JOVCEM BALEADO NO RIO DIJANEIRO APÓS PARADA GAY

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  • 15 de novembro de 2010
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  • Vítima também foi convocada para tentar reconhecer autor do disparo. Polícia abriu inquérito por tentativa de homicídio e crime de preconceito.



    O estudante de 19 anos baleado na noite de domingo (14), no Arpoador, na Zona Sul do Rio, após a 15ª Parada do Orgulho Gay, em Copacabana, contou nesta segunda-feira (15) que foi humilhado e agredido por um grupo de três homens no Parque Garota de Ipanema, momentos antes dos disparos. 
    Veja o video abaixo:

    A vitima disse que os agressores “Começaram a ofender, xingar, dizendo que, se pudessem, eles mesmos matariam cada um de nós com as próprias mãos, porque é uma ‘raça desgraçada’ e tal... humilhar, bater entre outras coisas. Foi quando um deles me empurrou no chão e atirou. Eu caí sentado e ele atirou na minha barriga", disse.

    O rapaz prestou depoimento na tarde desta segunda, logo após deixar o Hospital Miguel Couto, no Leblon, também na Zona Sul, onde estava internado. A bala não atingiu nenhum órgão vital do rapaz, que fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).

    Ele contou, ainda, que estava com amigos no parque. Segundo ele, o grupo foi abordado pelos homens que se identificaram como militares e usavam fardas camufladas. Um deles tinha uma pistola.

    De acordo com a Secretaria municipal de Saúde, o estudante teve alta no fim da manhã desta segunda, e não passou por cirurgia. A mãe dele, identificada apenas como Viviane, contou que a bala atravessou a barriga, e não ficou alojada. “Os médicos fizeram um curativo, receitaram antibiótico, e mandaram a gente voltar ao hospital até sexta-feira, para avaliarem a necessidade de uma cirurgia”, explicou ela.


    Polícia Civil abriu inquérito
    A Polícia Civil abriu inquérito por tentativa de homicídio e vai também apurar a denúncia de crime de preconceito. O delegado responsável pelo caso informou que já encaminhou um ofício para o comando do Forte de Copacabana, que fica ao lado do Parque Garota de Ipanema. Na próxima quinta (18), ele quer ouvir todos os militares que estavam de plantão na noite do crime.

    A vítima também foi convocada para tentar reconhecer o autor do disparo. Segundo o delegado, dois oficiais compareceram à delegacia representando o Exército nesta tarde e prometeram colaborar com as investigações.

    A violência do episódio revoltou os pais do estudante: “Eu aceito meu filho como ele é. Para mim é péssimo, é revoltante. Estou arrasada sinceramente com essa situação”, declarou a mãe.
    “É um sentimento muito ruim de desconforto, de falta de confiança em quem deveria estar protegendo a população. São soldados treinados que deveriam de certa forma dar uma segurança. Acho que é um preconceito muito grande", destacou o pai do jovem.


    Polícia concova oficial do Exército para depor
    A Polícia Civil convocou o oficial de dia do Exército, de plantão no domingo (14) para prestar depoimento. Ele será ouvido no caso do estudante foi baleado, no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador, Zona Sul do Rio de Janeiro, pouco depois da Parada do Orgulho Gay, em Copacabana. A vítima acusa militares de o terem abordado de maneira homofóbica e efetuado o disparo. O Exército nega.

    "Os militares teriam chegado ao grupo fazendo ameaças e, então, houve o disparo. Estamos em contato com o Exército para conseguir chegar aos suspeitos, já que a vítima nos disse que seria capaz de reconhecer o responsável pelo tiro", afirmou o delegado-adjunto Alessandro Thiers, da 14ª DP (Leblon), onde o caso foi registrado.


    Exército nega envolvimento de soldados
    O Comando Militar do Leste (CML) divulgou uma nota oficial, na manhã desta segunda-feira (15), em que nega que um militar tenha atirado contra o estudante. O CML afirma que não há registros de disparos por militares na data do crime e que o local, o Parque Garota de Ipanema, não está sob a administração do Forte de Copacabana.


    A polícia pediu, também nesta segunda, ao Comando Militar do Leste a lista de todos os militares que estavam em serviço na noite de domingo no Forte de Copacabana. A ideia é que a vítima reconheça o autor dos disparos por fotografias.

    O Comando Militar do Leste afirmou, também, que o oficial de dia do Exército ainda não recebeu nenhum comunicado da Polícia Civil para depor.

    A Secretaria estadual de Assistência Social e Direitos Humanos disse que mandou ofício ao comando do Forte de Copacabana pedindo a lista com a escala e fotos de todos os militares que estavam trabalhando ontem. De acordo com o superintendente da secretaria, Cláudio Nascimento, o oficial dia do forte, responsável pela escala de trabalho, também vai ser interrogado.

    Fonte: G1

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