Da redação do Balanço geral
Governo do Estado investe na criação da cadeia produtiva do pescado para gerar renda e fortalecer economia

Em sua propriedade de 46 hectares, Adorlar Gomes da Silva, que trabalha na terra há 21 anos, plantava arroz, feijão, macaxeira e produzia farinha. A típica agricultura tradicional, com o uso do fogo para o preparo do solo e necessidade crescente de abertura de roçados, derrubando a floresta. Com a nova lei ambiental, que aumentou a reserva legal para 80%, o produtor se viu obrigado a procurar alternativas para o melhor aproveitamento da terra. Decidiu, então, investir na piscicultura.
“Foi a coisa mais certa porque eu diminui a despesa e aumentei a produção. Na agricultura tradicional tem que botar muita gente para ajudar, o gasto e o cuidado é bem maior. O peixe não dá tanto trabalho e eu consigo cuidar sozinho”, explica. No ano passado, com os três tanques que mantinha desde o início da atividade, Adorlar retirou duas toneladas de peixe. Em 2011, após ter feito uma capacitação oferecida pela Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), e a abertura de dois novos tanques, um para alevinos e outro para engorda, a expectativa é de retirar cinco toneladas, o que vai gerar uma renda de R$ 25 mil por safra.
O governador Tião Viana iniciou seu mandato disposto a transformar a realidade econômica acreana a partir da industrialização. E o pescado será uma das indústrias fortes no Acre. “O peixe é o nosso futuro. Teremos um investimento global de R$ 60 milhões entre governo, iniciativa privada, produtores e organismos nacionais e até internacionais. Vamos mudar o endereço do peixe da Amazônia, oferecendo um peixe mais barato para o acreano e exportando para o país e até para a Europa”, explicou.
Indústria deve gerar receita de R$ 1 bilhão por ano
Mas, não basta incentivar a produção familiar para que a indústria do peixe se desenvolva no Estado e uma cadeia produtiva completa seja consolidada. O pescado será processado e beneficiado no Acre, para aumentar a força de trabalho empregada e gerar mais renda, com agregação de valor os produtores. Do peixe, será aproveitado do couro à carne, garantiu o governador: “Teremos uma indústria aqui no Vale do Acre e outra no Juruá, além da fábrica de ração, e vamos exportar o peixe com alto padrão de qualidade. Estamos estudando todo este processo de forma muito profunda e as bases para que isso acontecesse já foram feitas nos governos do Jorge e do Binho”.
O governador Tião Viana iniciou seu mandato disposto a transformar a realidade econômica
acreana a partir da industrialização. E o pescado será uma das indústrias fortes no Acre
A consolidação da cadeia produtiva na indústria pesqueira vai garantir ao Acre um grande crescimento econômico: “Nos próximos meses e até o início de 2012 já teremos 2,3 mil tanques funcionando. Temos a meta ousada de chegarmos a cinco mil tanques a médio e longo prazo. Isso vai garantir uma receita de R$ 1 bilhão por ano. É muita coisa para uma economia como a do Acre”, disse o governador.
Surubim, tambaqui e pirarucu serão as espécies que receberão mais atenção na indústria pesqueira, por serem peixes bastante valorizados no Brasil. Um quilo de surubim chega a custar mais de R$ 30 nos supermercados de Brasília. Lourival Marques, da Seaprof, aposta na redução do quilo do peixe também nas prateleiras acreanas. “Para garantir essa produção o Governo do Estado vai entrar com a construção dos tanques, assistência técnica, intermediação junto aos bancos para o crédito rural. O produtor paga o combustível, compra a ração e os alevinos”, explicou. A meta á construção de 2,5 mil hectares de lâmina d’água nos próximos quatro anos.
Fonte: agencia de noticias do Acre
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